Há dias encontrei o meu vizinho no supermercado, aquele vizinho que tem sempre conversa, e enquanto esperávamos na fila da caixa registadora, eis que o meu vizinho mete conversa e surge o belo do diàlogo:
- Boa noite vizinho!
- Boa noite!
- Como está?
- Está-se bem, obrigado. E o vizinho?
- Eu estou porreiramente... he he he!!
- Isso é que é preciso.... tá de chuva, não tá?
- Verdade.... mas ao menos com a chuva ficou menos frio.
- Pois ficou! Mas em contrapartida está mais humidade que na semana passada.
- A humidade nota-se logo...
- É!
- humm...
- Será que a chuva veio pra ficar?
- ... O ano passado por esta altura já fazia sol...
- Pois Já!
- Mas isso teve que ver com a passagem de uma frente fria por Portugal Continental, né!?
- Pois... exactamente... eu recordo-me que o valor médio das temperaturas registadas durante esse período, ou seja, o cálculo da média entre as temperaturas máximas e mínimas foi de trinta e dois graus centígrados... ou célsius...
- É verdade!
- Ou se quisermos até, oitenta e nove vírgula seis graus Fahrenheit...
- Éhh.... o próprio vento nessa altura mudou de direcção, passou a soprar a dezasseis nós de Sudoeste para Noroeste...
- Pois foi! E a ondulação era de Noroeste chegando a atingir os três metros de altura... isto já para não falar dos quarenta e nove por cento de humidade relativa. O que é curioso, porque nos Açores assistiu-se a uma precipitação contínua moderada persistente, mas apenas com uma taxa de queda entre os dois milímetros e meio e sete milímetros e meio por hora.
- Lembro-me perfeitamente! Portanto, assistiu-se a uma chuva orográfica, que resulta de uma ascensão forçada do ar, que ao encontrar uma montanha é obrigada a subir, arrefecendo... o ponto de saturação diminui e a humidade relativa aumenta, e dá-se a condensação e consequente formação de nuvens e precipitação...
- Pois é!
- Essa é que é essa!
- Exactamente! Enquanto isso, no Equador verificava-se um nevoeiro de dejecção... que é formado pela passagem lenta de uma massa de ar relativamente quente húmida e estável sobre uma superfície fria... o costume...quer dizer...
- A pressão atmosférica rondava os novecentos e noventa e cinco milibares...
- É.. lembro-me disso.
- Que é como quem diz, vinte e nove vírgula noventa e duas polegadas de mercúrio.
- Exacto!
- E chegou-se a assistir a ventos alíseos que sopram desde centro de alta pressão sub-tropical em direcção ao cavado equatorial, ou zona de convergência intertropical, são ventos de baixos níveis atmosféricos, caracterizados por grande consistência na sua direcção... no hemisfério Norte sopram de Nordeste e no Hemisfério Sul os ventos sopram deeee....Sudoeste...
- Mas tá, tá um ventinho que constipa.
- Tá, tá...
- Tá. E esta chuva molha parvos!?
- Ohh! Uuuuuhhh!
- Boa noite vizinho!
- Boa noite!
- Como está?
- Está-se bem, obrigado. E o vizinho?
- Eu estou porreiramente... he he he!!
- Isso é que é preciso.... tá de chuva, não tá?
- Verdade.... mas ao menos com a chuva ficou menos frio.
- Pois ficou! Mas em contrapartida está mais humidade que na semana passada.
- A humidade nota-se logo...
- É!
- humm...
- Será que a chuva veio pra ficar?
- ... O ano passado por esta altura já fazia sol...
- Pois Já!
- Mas isso teve que ver com a passagem de uma frente fria por Portugal Continental, né!?
- Pois... exactamente... eu recordo-me que o valor médio das temperaturas registadas durante esse período, ou seja, o cálculo da média entre as temperaturas máximas e mínimas foi de trinta e dois graus centígrados... ou célsius...
- É verdade!
- Ou se quisermos até, oitenta e nove vírgula seis graus Fahrenheit...
- Éhh.... o próprio vento nessa altura mudou de direcção, passou a soprar a dezasseis nós de Sudoeste para Noroeste...
- Pois foi! E a ondulação era de Noroeste chegando a atingir os três metros de altura... isto já para não falar dos quarenta e nove por cento de humidade relativa. O que é curioso, porque nos Açores assistiu-se a uma precipitação contínua moderada persistente, mas apenas com uma taxa de queda entre os dois milímetros e meio e sete milímetros e meio por hora.
- Lembro-me perfeitamente! Portanto, assistiu-se a uma chuva orográfica, que resulta de uma ascensão forçada do ar, que ao encontrar uma montanha é obrigada a subir, arrefecendo... o ponto de saturação diminui e a humidade relativa aumenta, e dá-se a condensação e consequente formação de nuvens e precipitação...
- Pois é!
- Essa é que é essa!
- Exactamente! Enquanto isso, no Equador verificava-se um nevoeiro de dejecção... que é formado pela passagem lenta de uma massa de ar relativamente quente húmida e estável sobre uma superfície fria... o costume...quer dizer...
- A pressão atmosférica rondava os novecentos e noventa e cinco milibares...
- É.. lembro-me disso.
- Que é como quem diz, vinte e nove vírgula noventa e duas polegadas de mercúrio.
- Exacto!
- E chegou-se a assistir a ventos alíseos que sopram desde centro de alta pressão sub-tropical em direcção ao cavado equatorial, ou zona de convergência intertropical, são ventos de baixos níveis atmosféricos, caracterizados por grande consistência na sua direcção... no hemisfério Norte sopram de Nordeste e no Hemisfério Sul os ventos sopram deeee....Sudoeste...
- Mas tá, tá um ventinho que constipa.
- Tá, tá...
- Tá. E esta chuva molha parvos!?
- Ohh! Uuuuuhhh!
2 comentários:
Eh eh, antes de mais o teu texto está giro! Ficamos á espera de mais.
Concordo contigo. Se há assunto do qual os portugueses percebem e fazem questão de o demonstrar é o da meteorologia. Por vezes até (incrível, incrível!!!) dão á conversa um tom meio científico (como bem exemplificas), lógico e racional. Caramba, fosse assim em tudo!
Bem... não estava nada à espera que uma conversa de elevador se tornasse num diálogo entre dois entendidos de metereologia. Foi muito engraçado. lol
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