Benfica-Porto

E diante do exército potente Dos imigos, gritando o céu tocavam, Dizendo em alta voz: - "Real, real, Por Afonso alto Rei de Portugal."

Luís de Camões, in "Os Lusíadas", Canto III

O local está preparado. A hora marcada. À hora do crepúsculo, em pleno campo de batalha da Luz defrontar-se-ão os exércitos rivais dos reinos de Benfica e Porto. A esta hora já se estarão a concentrar no campo de batalha as falanges de apoio dos respectivos exércitos sendo que, a populaça nortenha estará em muito menor número. Vão entoando cantos guerreiros, com palavras de incentivo e coragem. Alguns bobos e jograis vão entretendo as multidões para dispersar os nervos.

Em causa está a conquista da "Guerra da Liga" que confere o título de "Campeão Nacional", actualmente na posse dos "dragões" e que as "águias" desejam recuperar e para a qual a conquista da batalha de hoje pode ser decisiva. À espreita está o "Reino do Leão" que procura tirar vantagens do confronto de hoje para se aproximar das fronteiras desse tesouro.

As tropas vão alinhar em diferentes esquemas tácticos. O exército encarnado alinhará em 4-4-2 em losango. Os azuis-e-brancos em 4-4-2 normal.

Fernando Santos, o comandante dos exércitos sulistas aposta muito em Simão Sabrosa, um guerreiro franzino mas muito rápido e lutador. Será ele o cavaleiro que mais incursões fará no campo inimigo. Como franco-atiradores terá o artista florentino Micolli e Nuno Gomes. Mas o verdadeiro líder das tropas dentro de campo será Petit, um "Pitbull" indomável capaz de sozinho derrubar um pelotão de "tripeiros". Destaque ainda para a dupla de pensadores gregos do meio-campo.

Jesualdo Ferreira, comandante dos exércitos nortenhos conta com Ricardo Quaresma, um guerreiro de puro sangue cigano capaz do golpe mais imprevísivel. Adriano será a flecha apontada à baliza de Quim enquanto Lucho Gonzalez controlará as tropas a meio-campo.

Que se alimentem os cavalos, se ergam as bandeiras e os estandartes, se preparem as flechas: o espectáculo vai começar!

Ao ataque!!